Thursday, September 07, 2006

Análise de conteúdo

Passou o tempo em que tudo relacionado com análise de conteúdo e de textos era feito à mão. Agora há programas, ainda que caros. Um programa leve e simples, que nem altera o registro da Windows, é o TextStat. Vale a pena baixar e tentar. É grátis.

Um que faz mais e custa algo é o WordSmith Tools. Está na versão 4. Eu uso uma anterior que me ajuda MUITO nas análises. Entre os pagos, oferece a melhor relação custo/benefício na minha opinião.

Sunday, August 20, 2006

Redes, Métodos e Teoria


Em seminário sobre Métodos de Pesquisa promovido pelo PPPG da URGS, o Eduardo Marques da Ciência Política da USP fez uma excelente apresentação sobre suas pesquisas a respeito de redes. Parte da apresentação foi baseada em sua tese doutoral e parte em outros trabalhos, dele e de terceiros. Eduardo mostrou como os cargos mais importantes nas redes permaneceram quase intocados nos governos municipais paulistanos que foram conservadores, mas não nos mais progressistas, de Covas e Erundina. Eduardo usou a mesma aproximação para localizar as redes de corrupção no governo Brizola no Rio de Janeiro. Um excelente trabalho, que dá para pensar. Eduardo salientou que a análise de redes é mais do que um método, é uma teoria também. Eu usei essa página no blog Teorias do Crime, e decidí incluí-la aqui porque é um método também, e promissor, como já salientei.


Não é possível não ficar elaborando hipóteses a partir da exposição de Eduardo:

  • Devido às características do emprego público, todo governante "herda" uma rede da qual é difícil se desfazer. Os cargos de confiança são fáceis, os outros não. Para os cargos estáveis, o mais fácil é "escantear", transferir para cargos irrelevantes. Porém, na medida em que outros cargos são necessários, serão preenchidos pela nova administração, o que provoca um "inchaço" no setor público.
  • No que concerne o crime, particularmente o tráfico, em qualquer momento é fácil verificar a existência de uma rede. Porém, dada a baixíssima esperança de vida livre dos traficantes (muitos morrem e muitos outros são presos), surge o sério problema da duração mínima de uma rede para que ela se qualifique como tal. Numa visão extrema, as redes são totalmente independentes dos seus ocupantes, o que gera problemas porque novos ocupantes mudam a rede e a entrada/saída de ocupantes, relevante para a rede, passa a ser concebida como externa à rede e as mudanças assim provocadas passam a ser externas ao sistema explicativo.
  • Em suma: idéias e mais idéias, provocadas por excelentes exposições de Bruno Reis e Eduardo Marques, num ótimo seminário promovido por gente competente e amável. Precisamos de mais iniciativas como essa.
  • É, também, gratificante ver como melhoram os departamentos - USP, UFMG e URGS.

Thursday, July 13, 2006

A Nova Ciência Política e Social da Europa

A Europa é, hoje, um lugar dinâmico para estudar as Ciências Sociais, sobretudo a Ciência Política. A integração permitiu a criação de mecanismos e instituições supra-nacionais, europeus, que abandonaram a perspectiva arcaica de ler com devoção textos considerados sagrados pela perspectiva mais responsável de aprender a pesquisar os problemas europeus atuais. Agora integraram a pesquisa social à formação de sociólogos. Clique aqui.

Com freqüência se apresenta, no Brasil, um arremedo muito defasado do que são as Ciências Políticas e Sociais na Europa. Os jovens sociólogos e cientistas políticos brasileiros tem direito a uma informação mais atualizada e a uma visão menos distorcida. A formação oferecida no Brasil é muito deficiente, mas podemos reduzir a deficiência usando os instrumentos que temos ao nosso alcance, sobretudo através da internet e de iniciativas como o Portal de Periódicos CAPES.

Monday, July 10, 2006

Mais sobre mapas

Existe um excelente blog sobre cartografia. Estou certo de que há outros, mas este é o que encontrei:

http://ccablog.blogspot.com/

Entrem e vejam. Mais um exemplo de recursos visuais para ensinar melhor.

Saturday, June 24, 2006

Gráficos, Tabelas e Mapas

O uso de gráficos e tabelas como instrumentos de demonstração e facilitadores de compreensão é mínimo nas ciências políticas e sociais brasileiras. Não obstante, gráficos ajudam muito tanto em aulas, apresentações em seminários e conferências etc, quanto em trabalhos escritos. Um precursor de tremenda criatividade foi Minard (Charles Joseph Minard, 1781-1870).

Abaixo um estudo que tenta (será que consegue?) dar uma pequena melhorada em Minard usando os recursos técnicos de hoje: é só clicar aqui. O estudo inclui o gráfico original de Minard e algumas modificações.

Para começar, nada melhor do que conselhos dos mais experientes. Clique aqui para uma boa introdução do tipo "o que fazer" e "o que não fazer". O trabalho é de Jon Peltier.

O uso de gráficos nas ciências políticas e sociais é discutido nas associações. Clique aqui para ver o programa da Fifth International Conference on Social Science Methodology, de 3 a 6 de outubro de 2000. A reunião teve lugar no Zentralarchiv fur Empirische Forschung, Colonia, Alemanha.

Vejam, abaixo, a representação do fluxo mundial de comércio de 1994
http://www.math.yorku.ca/SCS/Gallery/images/m22n.jpg

que é parte de um estudo de Lothar Krempel e Thomas Plümper que pode ser visto aqui . Esses autores usam um modelo que chamam de "gravitacional simples" para descrever e analisar o comércio internacional. Um exercício em criatividade é pensar na aplicação deste modelo a outras áreas de interesse na sua disciplina. Michael Friendly é um estudioso das apresentações gráficas e sua coleção de bright ideas merece uma rápida espiada.
Friendly não se limita aos aplausos: tem críticas também. Tem uma coleção chamada
The Lie Factor com exemplos de gráficos mal-intencionados. Vale a pena ver em http://www.math.yorku.ca/SCS/Gallery/
O uso de gráficos relacionais para mostrar as associações entre a família Bush, magnatas sauditas e Osama bin Laden
, originalmente em Mark Lombardi: Network Diagrams of Conspiracy é uma obra de arte e um trabalho de detetive.

Tabelas. As tabelas são mais comuns no Brasil do que os gráficos, mas os autores incidem em muitos erros de apresentação. Erros e virtudes (para principiantes e nem tão principiantes) estão bem descritos aqui. Gary Klass da Illinois State University reuniu excelentes exemplos numa página ainda não terminada.

Wednesday, April 19, 2006

Exemplos de usos da análise de conteúdo

Abaixo alguns artigos com exemplos variados do uso de análise de conteúdo.

1 um artigo de Denham e Miller sobre o que os jornais publicam sobre as eleições e as pesquisas de intenção de voto etc. Clique no nome dos autores.
2 uma técnica é a pairwise analysis que pode ser exemplificada com os textos de Jesus em um blog.
Clique em Content Analysis of Jesus Texts ;
3 - veja uma descrição de alguns dos primeiros estudos usando análise de conteúdo. Estão descritos numa página de Janda, mas o leitor terá que correr atrás. Clique AQUI

Fluxo

A análise de conteúdo tem fluxos, coisas que devem ser feitas primeiro; outras que devem ser feitas depois etc. Um fluxograma é proposto por Kimberly A. Neuendorf em The Content Analysis Guidebook. É clicar e ver.

Sunday, February 19, 2006

Mais membros

Tati:

necessitamos de membros ativos, que queiram ler, aprender e melhorar, sem preconceitos contra quali ou quanti. Os que não querem ler e não participam não servem. Este blog é para que aprendamos juntos. Não são muitos os professores que querem, talvez porque tenham muitos compromissos. Podes convidar. Usa teu bom-senso. As últimas versões do SPSS (13 e 14) incluem umas tentativas de ler textos.

Um programa grátis

TextStat é um programinha grátis muito útil. Na versão inglesa faz contagem de palavras, concordância, busca palavras e termos contextualizados e não altera os registros do Windows. Pode ser guardado num pen memory e levado para qualquer lugar.
TextSTAT - Simple Text Analysis Tool Foi desenvolvido pelo Departamento de Linguística Holandesa da Universidade Livre de Berlim.
Vale a pena baixá-lo e começar a "brincar" com êle. Eu estou buscando alguém (ou vários alguéns) que me ajude com parte do trabalho manual para fazer uma pesquisa exploratória e, talvez, iniciar uma linha de pesquisa e publicações.

Análise de conteúdo - introdução e cursos

Há vários cursos disponíveis pela internet, assim como páginas de discussão. Uma página introdutória é a de Content Analysis by Mike Palmquist do Departamento de Inglês da Colorado State University. É uma boa introdução ao tema.
FQS é uma revista extremamente bem organizada dedicada à pesquisa qualitativa. Vale a pena entrar e ver. Tem muita coisa sobre análise de conteúdo. Sugiro uma espiada em
Philipp Mayring, Qualitative Content Analysis, Volume 1, No. 2 – June 2000.

Friday, February 17, 2006

Introdução caríssima

Raymond Boudon e colaboradores editaram uma série de quatro livros com trabalhos sobre métodos e sobre as relações quali-quanti. Não sei quantas bibliotecas vão comprar, porque a Sage, que não brinca em serviço, cobra mais de mil dólares pela série. Vale a pena dar uma espiada.

The European Tradition in Qualitative Research - Four-Volume Set